Feriado, cama e filmes

O feriado chegou e eu não tinha nem planos de escrever. Pensei em dormir até meio-dia, dar banho no Nick (meu cachorro) e dá aquela geral na casa e no meu guarda-roupa. Mas fora ter dormido até quase 13:00 da tarde, não fiz nenhuma dessas coisas. Acordei com aquela vontadezinha de não sair debaixo do edredom e de ver um filme leve e divertido no estilo sessão da tarde. Rolei na cama e fiquei pensando em qual filme assistiria e cheguei a conclusão de que estava precisando de uma dose de John Hughes. Quem me conhece muito bem me perguntaria, quando você não precisa de Hughes, Carol? Sempre, eu diria! Pra quem ainda não sabe, John Hughe é o meu diretor preferido. Na verdade, vai além disso. Seus filmes me salvam, me inspiram, me fazem dar risada mesmo quando meus sentimentos estão mais para o choro. Não é incrível? Então, levantei, escovei os dentes, dei um bom dia/tarde para o meu pai e corri de volta para o quarto. Liguei o computador e comecei a assistir Curtindo a Vida Adoidado, que acabou sendo o primeiro de uma maratona de filmes. Dentre os outros filmes: Ghost World, Sixteen Candles e O Primeiro Dia do Resto da Tua Vida. Quatro filmes incríveis que merecem um espaço aqui no blog.

(Curtindo a vida adoidado)

Já perdi as contas de quantas vezes assisti esse filme. E acredito que muitos já assistiram pelo menos uma vez na vida. Se não viu, veja. Além de sem um clássico dos anos 80, o filme passa uma mensagem simples, mas importante: "A vida passa muito rápido, e se você não parar para curti-la de vez em quando, a vida passa e você nem vê." De acordo com essa premissa Ferris (Matthew Broderick) decidi que o dia está muito bonito para se passar preso dentro de uma sala de aula. Ele então finge estar doente para não ir a escola e assim poder sair pela cidade em busca de diversão ao lado de sua namorada e seu melhor amigo. Estes dois outros personagens também são muito interessantes, principalmente o melhor amigo, Cameron (Alan Ruck). Um rapaz inseguro e reprimido, que está sempre em crise e não vê muita perspectiva na vida. E é aí que entra a mágica do diretor, que mostra com respeito e inteligência, a intensidade e beleza cada um desses jovens.

(Ghost World)

Adoro quando acontece de eu assistir um filme sem nenhuma pretensão este me envolve involuntariamente em seu universo. Assim foi com Ghost World, um filme adorável, que conta a história de duas jovens amigas Enid (Thora Birch) e Rebecca (Scarlett Johansson) que acabaram de terminar do colegial e se encontram no dilema do que fazer agora. Entre os planos de sair da casa dos pais e as tiradas e trotes ácidos que as duas passam em quem estiver por perto, a história também aborda a temática da inadaptação social. Que ganha reforço com a entrada do personagem de Seymour, interpretado pelo maravilhoso (Steve Buscemi), um homem de meia idade que vive recluso e que coleciona vinis raros de blues. Enid, que costuma achar todos as sua volta imbecis, sente a necessidade de se aproximar de Seymour e esse relacionamento e todas as outras mudanças que estão acontecendo em sua vida, vão descarregar uma viagem de emoções. O diretor Terry Zwigoff também cria um dos figurantes mais interessantes dos últimos tempos, na figura do velhinho que espera diariamente um ônibus cuja linha foi alterada – o que significa que o ônibus jamais passa. Esse velhinho se torna a figura de estabilidade da Enid, pois não importa o que aconteça, ele vai estar sempre ali, diferente de todas as outras coisas que estão em transição. Li alguns comentários sobre o filme, e algumas pessoas acham o filme superestimado. Mas eu realmente acho o filme ótimo e cheio de significados, sem falar que é imprevisível e muito realista.

(Sixteen Candles)

Samantha (Molly Ringwald) estar prestes a completar 16 primaveras. Porém com a correria em torno do casamento de sua irmã mais velha, todos esquecem seu aniversário. A doce Samantha também se vê apaixonada por um garoto que nem sabe que ela existe e pra completar o nerd da escola não sai do seu pé. Sixteen Candles é um filme que diverte e encanta, e tem uma trilha sonora muito fofa que faz quem assiste reviver toda a magia daquela época. Essa cena do beijo em cima da mesa à luz das velas do bolo é clássica e linda! O filme é uma graça e super atemporal. Mais um grande filme do meu querido John Hughes.

(O Primeiro Dia do Resto da Tua Vida)

Sabe aquele tipo de filme que te deixa completamente sem palavras de tão lindo e incrível? Com certeza, posso dizer que O Primeiro Dia do Resto da Tua Vida, foi a melhor surpresa cinematográfica que assisti esse ano, pelo menos até o momento. O filme logo em sua abertura nos apresenta através de vídeos e murais de fotos as diferentes épocas da família Duval. E em seu decorrer vai examinando cada personagem individualmente, o que torna todos senhores de sua história e principais no enredo. O filme dá enfoque “aquele” dia que dá sentido ou te acorda pra vida, seja a conquista da independência, a perda da inocência, uma noticia fatídica, a descoberta de um amor ou uma decepção. Além da sutileza como todos os temas são tratados, o filme tem uma fotografia lindíssima, que em junto com a trilha sonora cria um clima acolhedor que te carrega livremente na trama e te faz sentir na pele os conflitos e sentimentos impressos.