A menina das quatro estações

E lá vai ela, a menina da cidade do sol. Lá vai ela sonhar encostada na janela do ônibus, vendo a paisagem passar e sonhando com tudo que lhe adoça a vida e brilha os olhos. Lá vai ela, menina com o livro, viajar numa estória que desejarás que fosse sua. Lá vai ela, menina com música ao pé do ouvido, voz melosa e sussurros. Lá vai ela, a menina que tem sonhos, às vezes em preto e branco, às vezes tão coloridos como os de Amélie. E lá vai ela, a menina que nem sempre tem certeza, que nem sempre se reconhece, mas que busca compreensão observando o seu eu mais íntimo. E lá vai ela, a menina que tem na arte um refúgio desse mundo tão conturbado. E lá vai ela, a menina que se sente sozinha, perdida, cansada, mas também agradecida pela coisas que tem, os amigos que fez e pela visão de mundo e amor que ainda traz em si. E lá vai ela, a menina que como a natureza tem as quatro estações, por isso dentro dela faz dias de sol, outros de chuva, dias de nevascas e dias de flores de todas as cores. E lá vai ela, a menina que caminha sem destino traçado e sem entender muito bem o sentindo da vida. Mas que contempla o mundo com um olhar de criança curiosa, que às vezes se assustada, mas segue. Segue o coração e acredita que a estrada deva dar em algum lugar melhor e por isso continua.